D. Wladmir agradece franciscanos pela evangelização

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Moacir Beggo

Vila Velha (ES) – Depois de muito sol e céu azul desde a abertura da Festa da Penha no domingo de Páscoa, a frente fria chegou ao Espírito Santo nesta quinta-feira (24/4) trazendo muita chuva. O povo não arredou pé, coloriu com milhares de sombrinhas e guarda-chuvas o Campinho do Morro da Penha, numa demonstração de fé que é própria do povo capixaba. Neste quinto dia do Oitavário, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória, Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, fez um agradecimento caloroso aos frades franciscanos pela presença evangelizadora de mais de quatro séculos no Santuário da Penha. Ao celebrar pela primeira vez nesta Festa, presidindo a Missa da Área Pastoral Serra e Fundão, o bispo se dirigiu ao guardião do Convento da Penha, Frei Valdecir Schwambach, para falar de sua alegria com a preparação desta bela festa.

Dom Wladimir presidiu a Santa Missa

“Na sua pessoa, queremos agradecer a todos os freis que ao longo destes séculos vêm evangelizando, vêm levando o amor de Nossa Senhora, que sempre nos aponta o seu Filho Jesus Cristo Ressuscitado, presente no nosso meio, presente na nossa Igreja. Que Deus os recompense por esse belo trabalho de evangelização. E, aqui, vocês já estão colhendo alguns frutos deste trabalho com a nossa presença, da área pastoral da Serra/Fundão, que hoje vem aqui, agradecida, por tudo aquilo que já recebeu por intercessão de Nossa Senhora”, disse o bispo.

Para o guardião Frei Valdecir foi muito bom e motivador esse reconhecimento. “Mas ao mesmo tempo aumenta a nossa responsabilidade por honrar essa presença franciscana de mais de quatro séculos. Isso nos mostra que estamos no caminho certo e, ao nosso modo, estamos zelando pelo patrimônio espiritual deixado por Frei Pedro Palácios e por todos os franciscanos que aqui passaram”, retribuiu.

Frei Valdecir agradeceu a sensibilidade pastoral de Dom Vladimir Lopes e fez votos para que a Área Pastoral de Serra e Fundão também possa colher os frutos da fé e da caminhada de vida em comunidade, frutos de paz, prosperidade, segurança social, saúde, enfim, vida plena para todos.

O Oitavário, o momento devocional franciscano, foi presidido por Frei Mário Tagliari, representando o governo provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição. Para este quinto dia foi escolhido o texto da Exortação Apostólica do Papa Francisco indicando que “o mundo está dilacerado pelas guerras e a violência, ou ferido por um individualismo que divide os seres humanos e põe-nos uns contra os outros visando o próprio bem-estar. Em vários países, ressurgem conflitos e antigas divisões que se pensavam superados. Aos cristãos de todas as comunidades do mundo, quero pedir-lhes de modo especial um testemunho de comunhão fraterna, que se torne fascinante e resplandecente”.

“O apelo do Papa que acabamos de ouvir é para sermos fraternos, para sermos solidários, para cuidarmos uns dos outros”, disse Frei Mário, convidando para sairmos do isolamento. “Quem sabe a gente já comece aqui fazendo uma experiência bonita de proteger a cabeça de quem não tem sombrinha. A vida cristã começa bem perto da gente, onde cada um vive, onde cada um está. É ali que poderemos ser ou não sinal da alegria do Evangelho. Presença ou não do próprio Cristo que é solidário, misericordioso, que tem compaixão pelo sofrimento e pela dor do outro, mas que também se alegra com o outro”, ressaltou o frade.

Frei Mário disse que só cuida da sua vida quem cuida da vida do outro. “E cuidar da vida do outro não é fazer fofoca (risos). Cuidar da

Frei Mário presidiu o Oitavário

vida do outro é ter o cuidado que Maria teve ao acolher no seu coração, no seu ventre, no seu peito, o mensageiro de Deus, Jesus Cristo, o Deus feito homem”. O frade lembrou uma citação de São Francisco que gosta muito e que sintetiza esse cuidado: “Se uma mãe cuida com um tanto amor de seu filho carnal, com quanto maior amor não deveria cuidar do nosso irmão espiritual”, lembrou.

O sopro do Espírito Santo

Na sua homilia, Dom Wladimir reforçou o papel da Exortação Apostólica do Papa Francisco para a missão evangelizadora da Igreja. “De fato, nós temos somente um ano do início do Pontificado do Papa Francisco e todos nós sentimos na Igreja um novo sopro do Espírito Santo. Certamente, através do Papa Francisco, o Espírito Santo quer dar à Igreja essa dimensão missionária. O Papa nos diz que quer uma Igreja de saída, uma Igreja missionária, uma Igreja que vá ao encontro das periferias existenciais e geográficas até os confins da terra. Com calor, com chuva, com frio, devemos enfrentar sempre todas as dificuldades, as intempéries, e nos colocarmos a serviço da evangelização”, exortou Dom Wladimir.

Lembrando o tema da Festa – “Anunciar com alegria” -, o bispo reforçou o pedido do Papa que o cristão não pode ser triste. “Quantas vezes o Papa disse neste um ano de seu Pontificado que o cristão não pode ser triste! Porque ele vive com Cristo, vive em Cristo e está com o Cristo Ressuscitado, que é a fonte de toda a alegria. O Papa diz que não podemos nos apresentar para evangelização com cara de funeral. Missionário triste não convence ninguém. Um missionário que vai empurrando a missão com a barriga não convence”, sentenciou.

Dom Wladimir convocou e fez um apelo para esse novo tempo de evangelização na Igreja. “Sejam missionários e evangelizadores. Temos muitos ambientes para evangelizar. Vejam como está o mundo, carente de Deus, carente do Ressuscitado. Coragem, coloquem-se a serviço do anúncio de Jesus Cristo, através da Igreja. A missão é muito grande”, completou, pedindo que São José de Anchieta interceda “por nós para continuar essa obra missionária. Que Nossa Senhora da Penha, Senhora das Alegrias, interceda por nós”.

A celebração eucarística terminou com uma homenagem a Nossa Senhora feita por uma banda de congo de Jacareípe, Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes. Nesta sexta-feira, a partir das 14 horas, o Oitavário terá a presença da Área Pastoral de Vitória e a Romaria dos Militares.

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