Bispo de Cachoeiro denuncia a corrupção do poder e exploração dos pobres no Brasil

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Mais de 40 ônibus, além de vans e carros particulares trouxeram o povo da Diocese de Cachoeiro do Itapemirim para a Romaria da Festa da Penha 2017. A multidão do sul capixaba juntou-se a outros numerosos peregrinos que lotaram o Campinho do Convento da Penha na quente tarde deste sábado, dia 22 de abril. De acordo com informações oficiais, Vitória e Vila Velha tinham nesta hora 34°C de temperatura. O sol estava forte e animação também. Antes do início da missa, presidida pelo bispo de Cachoeiro do Itapemirim, o franciscano Dom Frei Dario Campos, OFM, houve o 7º Dia do Oitavário em preparação à Festa da Penha. Na condução deste momento, Frei Paulo César Ferreira, da Fraternidade do Convento da Penha, e Frei Diego Melo, do Serviço de Animação Vocacional.

Em sua reflexão, Frei Diego lembrou aos participantes da importância de que todos criem o hábito de rezar pelas vocações religiosas e sacerdotais. “A presença franciscana nesse lugar tem mais de quatro séculos. Uma capelinha foi construída lá em cima e, quase dois séculos depois veio este Convento. Muitos frades já viveram aqui. E para que esta história continue, é fundamental que novos jovens se sintam atraídos à vida franciscana. E por isso é muito importante que todos vocês deem a sua colaboração rezando pelas vocações”, frisou. Este foi o último dia de celebração do oitavário no campinho. Neste domingo, a oração de fechamento do oitavário ocorre no palco montado na Prainha, antes da missa de encerramento da Romaria das Mulheres.

Em sua homilia, Dom Dario recordou a sacralidade do lugar onde estavam todos reunidos e a conversão que esta consciência deve provocar no coração: “Hoje estamos numa montanha, lugar sagrado, pedaço simples, porém misterioso e maravilhoso, que abriga este santuário, a casa da nossa Mãe. Hoje o convite é para que possamos abrir os nossos corações para ouvirmos a voz de Deus que nos quer falar nesta montanha santa. A voz de Deus quer ecoar a partir de nossa voz. A nossa voz assume a voz do profeta, pois já no batismo assumimos o profetismo de Jesus de Nazaré, que soube sempre dizer palavras certas, na hora certa, em favor da justiça e do direito, a favor da vida e da paz”. O bispo de Cachoeiro também lamentou o momento político que o Brasil atravessa “Vivemos em tempos de muita tristeza, de muita indecisão no campo político na nossa nação brasileira. Há muitas contradições e incoerências da parte de nossos governantes. Há muita corrupção para satisfação de interesses pessoais e, com isso, uma imensa parcela de nosso povo brasileiro, e – Por que não dizer? – de nosso povo do Espírito Santo, está sofrendo com a ausência de bens necessários para a sobrevivência digna de um ser humano”. Convocou também os cristão a fazerem a sua parte diante deste cenário desfavorável: “A cada dia que passa, surgem mais delações. E mais pessoas, que nem esperávamos, são apresentadas como usurpadoras do poder e do dinheiro público, o nosso dinheiro . E aí temos que recorrer à mãe peregrina acolhedora, e pedir a ela que nos ensine a cantar o seu Magnificat. A nossa missão, com Jesus de Nazaré, é lutar por um mundo mais justo e fraterno. Não podemos cruzar os braços diante de tanta desigualdade social”, frisou.

Após a comunhão, um grupo de jovens da Diocese de Cachoeiro do Itapemirim apresentou uma coreografia baseada nos quatro elementos da natureza. Como término da celebração, o bispo Dom Dario foi ao encontro do público, atendendo a todos de forma cordial e com um sorriso acolhedor. Muitas pessoas da assembleia se aproximaram dele para tirar fotos, receber bênçãos, dar um abraço, trocar umas palavras e foram atendidas atenciosamente. A Diocese de Cachoeiro do Itapemirim se localiza ao Sul do Estado do Espírito Santo e é composto por 43 paróquias, dividias em oito regionais.

Texto: Frei Gustavo Medella

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