A Festa da Igreja Itinerante da Penha

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Moacir Beggo

Vila Velha (ES) – Neste domingo de Páscoa, 20 de abril, começou pela 443ª vez a Festa da Penha, uma grande homenagem à Mãe de Deus como queria o franciscano Frei Pedro Palácios em 1571, um pouco antes de morrer. O Oitavário é o momento de oração e meditação mais tradicional da Festa e foi aberto pelo Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel, que representa os franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil. Neste ano, a cada dia do Oitavário, os frades farão uma reflexão sobre um trecho da exortação apostólica “Alegria do Evangelho” do Papa Francisco.

 

Frei Fidêncio Vanboemmel, Ministro Provincial

O Ministro Provincial falou do trecho em que o Papa assinala que “a intimidade da Igreja com Jesus é uma intimidade itinerante, e a comunhão ‘reveste essencialmente a forma da comunhão missionária’. Fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo”.

Segundo Frei Fidêncio, nós mostramos que de fato temos intimidade com Jesus e com sua Mãe quando somos uma Igreja itinerante, uma Igreja que está a caminho. “Nestes dias aqui, em Vila Velha, nós vamos manifestar de muitas maneiras esta Igreja que é peregrina, que é itinerante. Hoje, a região pastoral de Vila Velha está aqui presente. E ao longo da semana, as diferentes regiões pastorais, as diferentes dioceses farão peregrinações a este Convento da Penha, sem contar as grandes romarias, exatamente para mostrar aquilo que o Papa nos pede. Nós, Igreja de Deus, temos que ter intimidade com Jesus quando nós somos uma Igreja itinerante. Nós não podemos ser uma Igreja estática, parada e morta. Nós somos Igreja viva quando nós caminhamos com Cristo Ressuscitado e com a sua Mãe Santíssima”, frisou Frei Fidêncio.

Para o Ministro Provincial, que veio especialmente a Vila Velha para a abertura da Festa, neste caminhar, nesta itinerância, a Igreja tem que mostrar comunhão. “Quando a Igreja é comunhão, ela é missionária. Ela anuncia, ela prega a boa nova de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, o Papa fala muito que nós precisamos sair de dentro de nós mesmos para anunciar a alegria pascal, anunciar o Cristo Ressuscitado”, enfatizou, lembrando que o Pontífice pediu para “sairmos de nós mesmos”.

“Muitas vezes estamos fechados dentro de nós mesmos e temos medo de nos confrontar com situações difíceis. Ir sem medo nos pede nos pede o Papa Francisco. Ir com alegria anunciar a Boa Nova. E a Boa Nova não é apenas um texto, mas a própria pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo”, disse, dando uma tarefa aos fiéis devotos da Penha: “Nós queremos nos comprometer com a Igreja Peregrina e Missionária. Nós queremos sair um pouco mais de dentro de nós mesmos e caminhar com a Virgem Maria, que o Papa chama também a Estrela da Nova Evangelização. Queremos caminhar com Ela ao encontro daquele que sempre é a Boa Nova, Jesus Cristo Nosso Senhor”, completou.

Frei Valdecir, o guardião do Convento

Com uma equipe de músicos e cantores de primeira linha, a liturgia do Oitavário e da Missa de abertura fluíram com beleza e harmonia. Frei Florival Toledo e Frei Paulo Ferreira se encarregaram de animar o Oitavário e a Missa de abertura. Coube ao guardião do Convento, Frei Valdecir Schwambach, acolher os fiéis devotos. Na abertura, um momento sempre emocionante e belo é a chegada da imagem de Nossa Senhora da Penha ao altar do Campinho. Neste ano, a procissão saiu da Capela São Francisco de Assis, que também era a residência de Frei Pedro Palácios e onde o piedoso frade foi encontrado morto no dia 1º de maio de 1971.

Frei Fidêncio presidiu o Oitavário, às 14h30, composto de cantos a Nossa Senhora; súplicas pelos mistérios realizados a Maria, Mãe de Jesus na devoção que Frei Pedro Palácios trazia consigo; ladainha de Nossa Senhora, orações e bênção.

Missa de abertura

Às 15 horas teve início a Santa Missa, presidida pelo arcebispo D. Luiz Mancilha Vilela, SS.CC, e concelebrada pelos sacerdotes da área pastoral de Vila Velha, entre eles os frades do Santuário do Divino Espírito Santo, frades do Convento da Penha e da Província da Imaculada.

Fazendo referência ao tema da Festa deste ano, Dom Luiz perguntou ao povo “por que devemos anunciar com alegria” na festa de Nossa Senhora das Alegrias? Segundo o arcebispo, porque Nossa Senhora é a Mãe do Nosso Salvador. “É um título pascal belíssimo! Ela nos deu de presente Jesus, o nosso Salvador. Portanto, vamos agradecer a Nossa Senhora o presentão que nos deu. Nossa vida tem sentido porque Jesus ressuscitou”, ressaltou.

Dom Luiz, Arcebispo de Vitória

Dom Luiz disse que um repórter havia perguntado a ele se hoje, na Missa, falaria sobre violência. “Não vou falar de violência, pois estamos cheios de violência. Eu vou falar da esperança! Eu não quero fazer as mães aflitas chorar ainda mais. Nós queremos esperança. Nós cremos num mundo melhor”, destacou.

E finalizou: “Nossa fé não é órfã, nós temos uma Mãezinha. Então, vamos acolher Jesus no nosso coração porque é isso que ela quer. Ela está apontando para Jesus. Ele é a solução para nossos problemas”, completou.

Shows religiosos

Se nos anos anteriores, a Festa da Penha teve shows na Prainha de música popular, agora ela será exclusivamente religiosa, incluindo shows e a feira de artesanato, entre os dias 25 e 28 de abril. Serão seis apresentações de bandas religiosas: a banda Nova Prece, sobe ao palco na sexta-feira (25), a partir das 19h30. Em seguida, Rosa de Saron se apresenta. O show está programado para as 21h30.

No domingo (27), às 19h30, o grupo Sementes traz ritmos nordestinos, com letras evangélicas. Já a banda Anjos de Resgate inicia sua apresentação às 21h30. No último dia de festa, segunda (28), a partir das 19h30, o Padre João Carlos apresenta ao público suas canções religiosas. A banda Água Viva encerra a Festa da Penha 2014, a partir das 21 horas.

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